Educação Consciente

Levante a mão que nunca quis modificar os filhos? Certo, pode descer. Aqui não precisamos fazer cenas para ser bem vistos. Nós queremos sim, modificar nossos filhos, queremos que eles façam algo do nosso jeito e assim, acabamos por não respeitar o desejo deles.

É claro, para que isso aconteça fazemos uso de algum tipo de manipulação. E se você acha que a palavra manipulação é muito pesada para isso, chame como desejar. Mas agimos dizendo que isso é melhor que aquilo, que é mais bonito, etc.

E como eles confiam e acreditam em nós e acabam aceitando na maioria das vezes. Na verdade, o que estamos fazendo, nesses casos, é fazer valer a nossa vontade em detrimento da deles. E assim seguimos sempre sobrepondo das nossas necessidades sobre as deles.

Sempre que falo o que fazemos com nossos filhos, alguém retruca: Mas eu sei mesmo o que é melhor para ele.” E eu te pergunto, você primeiro sabe o que é melhor para você? Você teve direito de provar escolhas durante a sua vida? Ou seus pais quem escolheram o caminho que você deveria seguir? Você tinha direito a voz ou não podia participar das conversas porque “criança aqui escuta e faz e não participa”?

A razão das minhas perguntas e para que você perceba que não somos nenhum pouco criativos e curiosos para tentar fazer diferente. Acabamos repetindo de uma forma ou de outra nos nossos filhos, o que fizeram conosco. Ameaçamos sim, humilhamos sim, manipulamos sim. Principalmente dentro de casa, onde não temos olhos julgadores e que reprimem a nossa fúria.

Vou fazer questão de trazer essa frase para todos os meus artigos, quando for possível. “o autoengano traz consigo um preço altissimo a se pagar.” Se não entendermos que estamos fazendo um grande estrago na vida dos nossos filhos, alguém vai pagar um preço alto. Este alguém pode não ser diretamente você, mas certamente, serão seus filhos, seus netos e assim em diante.

Precisamos ter coragem de remover as vendas e nos tornamos autoresponsavéis pela criação dos nossos filhos e por acompanhá-los pelo caminho da vida. E não usando a vida deles para corrigir o que fiz de errado. Ou ainda, fazer com que sigam caminhos que eu não consegui seguir.

Sempre que for se impor, tente se colocar no lugar do mesmo. Só podemos sentir o outro nos colocando no local dele. Olhe mais uma vez para a sua vida. Se você começar a refletir um pouco mais perceberá que essa situação se extrapola para muitas áreas. Perceba que desejamos escolher a carreira deles, assim como possivelmente escolheram a nossa, queremos dar pitacos na escolha dos seus parceir@as, o lugar escolhido para morar.

Qual é o mal disso tudo? Criamos, assim, pessoas frágeis, que sempre necessitarão da aprovação dos demais porque, sozinhas, não saberão se impor e tomar decisões, afetando diretamente sua autoestima.

Vamos novamente voltar os olhos para nós. Você está feliz hoje com a vida que tem? Com as escolhas que foi tomando ao longo da vida, baseada nas suas decisões ou de outras pessoas?

Deixo aqui uma última reflexão: Como irão sonhar se lhes estamos cortando as asas tão cedo? Quais são os nossos medos? Eles são reais? Medo que não sofram? E se sofrerem com as escolhas feitas, o que pode acontecer?

Não temos filhos para lhes moldar, e sim, para acompanhar o seu desenvolvimento, com amorosidade, ternura e segurança.

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